Diferente do ano passado, quando o Petrolina, por motivos financeiros,
desistiu da Série A2, e o 1º de Maio estava sem a mínima estrutura, o
que tirou as equipes da segundona de 2017 foi o estádio Paulo de Souza
Coelho. De acordo com o diretor de competições da FPF, Murilo Falcão, os
clubes não apresentaram os laudos necessários para que a praça
esportiva fosse utilizada durante a segundona.
– O estádio é primordial. Se você não tiver o estádio, não tem onde
jogar. Se o clube indicou o estádio e não apresentou nem dois laudos dos
quatro que são exigidos, até para jogar de portão fechado, não tem como
jogar. Os clubes estão regulares perante a Federação, mas não têm onde
jogar - afirma o dirigente.
Segundo Falcão, mesmo o estádio Paulo de Souza Coelho sendo do
município, a responsabilidade por apresentar os laudos na FPF é dos
clubes.
– As reuniões começaram a ser feitas no final de abril. Então, desde o
final de abril, que o Petrolina e o 1º de Maio têm ciência dos prazos do
lado para poder entregar. Os clubes tiveram várias reuniões. Na
verdade, a Federação não trata com a prefeitura, trata com os clubes e
os clubes é que indicam o campo onde vão jogar; e o campo que eles vão
jogar é o da cidade deles, e o estádio que tem aí [Petrolina] é o
estádio municipal.
Em nota, a prefeitura de Petrolina, responsável pela administração do
estádio, disse que desde o início do ano vem fazendo melhorias no local e
que os laudos foram encaminhados a FPF na última semana.
Presidente do 1º de Maio, Josué Nascimento lamentou que o trabalho
realizado para reestruturar a equipe este ano tenha sido em vão. Com elenco formado, o time já estava treinando para a Série A2.
– O 1º de Maio eu tenho certeza de uma coisa: não foi por falta de
compromisso do presidente Josué, que sou eu. Estou triste, mas não posso
falar muito. Só sei que minha parte eu fiz completamente. Comprei carro
para viajar, tem 42 atletas que vou ter que dispensar metade, estou
fazendo minha parte. Tento engrandecer o futebol do Vale do São
Francisco, mas infelizmente somos atrapalhados por algumas coisas
O Petrolina, que começou o ano cheio de promessas, anunciando a
contratação do técnico Andrade e um acordo com o Flamengo que
possibilitaria a vinda de jogadores da base do clube carioca, nos
últimos meses mudou a estratégia. Andrade não veio e a parceria com o
Flamengo nunca chegou a sair do papel. A diretoria da Fera Sertaneja disse que pretendia disputar o Pernambucano com a base da Juazeirense.
Com o estádio Paulo Coelho impossibilitado, o presidente do Petrolina,
Cirineu Ribeiro, disse que a Federação Pernambucana poderia ter
autorizado o uso do estádio Adauto Moraes, na cidade baiana de Juazeiro.
O
caso seria semelhante ao que aconteceu no ano passado, quando a
Juazeirense mandou alguns jogos do Campeonato Baiano e da Copa do
Nordeste em Petrolina.
– A capital ela não favorece muito e não tem interesse em ver os times
do inteiro na disputa. O que é que eu vejo: o estádio não é problema e
poderia botar os jogos no estádio de Juazeiro, que praticamente é a
mesma cidade, mas eles não têm interesse. A gente estava com trabalho
muito bonito e ia colocar o time da Juazeirense, que ficou entre os
quatro primeiros da Série D do Brasileiro e teríamos grandes chances de
sermos campeões.
Segundo Murilo Falcão, a CBF, desde o início do ano, proibiu que os
clubes mandassem seus jogos longe do seu estado de origem. Por isso, a
solicitação do Petrolina não foi aceita.
– Juazeiro fica na Bahia, não tem como. No começo do ano a CBF proibiu
qualquer jogo em outro estado. Está no regulamento geral da CBF e eu não
posso descumprir. Vão alegar que no ano retrasado a Juazeirense jogou
[A juazeirense jogou em Petrolina em 2016]. No ano retrasado podia,
desde que a Federação local permitisse. O clube tinha que entrar em
contato com a Federação Baiana, a Federação Baiana autorizar, mas esse
ano não pode mais.
Sem os clubes petrolinenses, o Sertão pernambucano fica sem
representantes na Série A2. O Araripina, outra equipe da região que
poderia participar do Campeonato, anunciou no início do ano que estava
fora da disputa, assim como em 2016.
Fonte: globoesporte..com/pe
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