sexta-feira, 19 de agosto de 2016

"Quem sofre é o torcedor". Fora da Série A2, futuro do Petrolina é incerto

A ausência do Petrolina na Série A2 do Campeonato Pernambucano não chega a ser nenhuma surpresa para aqueles que acompanham a Fera Sertaneja de perto. Na carta encaminhada à Federação Pernambucana de Futebol (FPF), o presidente do Petrolina, Paulo José e Silva, alegou, entre outras coisas, a falta de dinheiro como um dos motivos para a desistência do clube. O GloboEsporte.com conversou com um torcedor, um radialista e um ex-jogador sobre o atual momento da equipe. Na visão dos três, a Fera está pagando pela falta de profissionalismo de seus comandantes.
O estudante Leandro de Jesus, de 19 anos, é frequentador assíduo dos estádio Paulo de Souza Coelho. Sempre que o Petrolina entra em campo, lá está ele na arquibancada apoiando o time da de sua cidade. Esse ano, porém, o torcedor não terá motivos para ir ao estádio.
Leandro acompanhou os dois amistosos do Petrolina  (Foto: Emerson Rocha)Leandro costuma acompanhar todos os jogos do Petrolina no estádio Paulo Coelho (Foto: Emerson Rocha)
– O sentimento é de decepção, mas, infelizmente, era uma coisa que eu já meio que esperava. O motivo, acho que é a falta de interesse em ter profissionalismo. Faz oito anos que as mesmas pessoas comandam a equipe, e nunca largam o osso. O que a gente vê em borderôs, é que o time durante um campeonato como esse, tem muitas dívidas, mas esses caras nunca desistiram de comandar o time, tudo isso em busca de alguma coisa. E eles se encontram em uma situação em que não receberam dinheiro da prefeitura ou da FPF, e simplesmente desistiram, pois o que eles querem não é um time profissional, um esporte com visibilidade na cidade – lamenta Leandro.
O radialista Mário Souza, da Rádio Grande Rio FM, acredita que uma cidade como Petrolina, uma das principais do estado de Pernambuco, não poderia ficar sem uma equipe disputando uma competição profissional. Na opinião do cronista esportivo, é preciso repensar o futebol petrolinense.
 Alguém tem que sentar nesse momento de muita tristeza do futebol de Petrolina, repensar o que os dirigentes do clube querem para a equipe, para seu futuro"
Mário Souza
 – O que eu acredito que é a grande questão, é que talvez hoje ainda não haja uma credibilidade conquistada pelos dirigentes, por aqueles que estão a frente do futebol do Petrolina, para que apareçam pessoas que tenham vontade de investir, sabendo que seu investimento terá retorno, terá uma repercussão positiva. Talvez, a diretoria tenha que elaborar um projetou ou abraçar um projeto. E se não tiver condições de fazer isso, ser capaz de abrir mão da direção para alguém que apresente um projeto sustentável e um projeto promissor de futebol. Eu acho que o dinheiro está aí em Petrolina, existem recursos na cidade para se investir em futebol. Mas as pessoas não investem naquilo que não confiam. Não investem naquilo que acham que não terão retorno. Alguém tem que sentar nesse momento de muita tristeza do futebol de Petrolina, repensar o que os dirigentes do clube querem para a equipe, para seu futuro e tentar elaborar um projeto que atraia investidores para a equipe. Alguém realmente engajado, comprometido não só com o Petrolina, mas com o futebol de Petrolina.
Ídolo da torcida petrolinense, o goleiro Diego Siqueira viveu bons e maus momentos com a camisa da Fera Sertaneja. Defendendo o gol do Petrolina ele conquistou acesso para a Série A do Pernambucano, brilhou em partidas contra os três grandes da capital, viu o time ser rebaixado para a segundona, conviveu com a triste rotina dos salários atrasados, da falta de estrutura que cerca o clube. Para o ex-capitão petrolinense, quem mais sofre com a situação do clube é o torcedor.

Fonte: site globoesporte.com

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